terça-feira, 3 de julho de 2012

A dois

- Uma mesa para dois.
Ela caminha adiante e ele observa os quadris valsando de um lado para o outro. Aproxima-se e - enquanto todos vigiam todos para que todos não façam as coisas que todos gostariam de fazer - enche a mão com bunda recebe de volta um olhar de reprovação divertido.
Poderia ser o quarto encontro ou o décimo, trigésimo ou o último de todos. Não acho que seria diferente. Sentariam um ao lado do outro e conversariam como velhos amigos, se atentariam aos movimentos um do outro como dois desconhecidos, riram, trocariam olhares e sim, também ficariam em silêncio. Mas o mais importante de tudo, estariam por querer estar. Seriam por querer ser. Ficariam por querer ficar. Permaneceriam por querer permanecer. Continuariam por querer continuar.
Se fosse para ser uma lembrança, seria como a lembrança do primeiro algodão-doce que se tem em memória: parece que vem do nada, cresce a partir de pequenas plumas que não seriam nada sem um contexto e só pára se o moço do algodão-doce assim decidir.E, por fim, tem gosto de vontade e textura de pensamento que fica grudado.

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