Abriu a boca e tornou
a fechar. Nenhum som. Nada.
Eis o que torna o dizer tão difícil: quando só na cabeça as memórias são simples, podem trazer um incômodo, talvez até dor, é fato. Mas ainda assim, são apenas memórias, só pensamentos. Estamos acostumados a lidar com os pensamentos, é fácil esquece-los, distraí-los com preocupações banais da rotina.
Mas a palavra... a palavra é um golpe, são facas enfiadas nas entranhas e torcidas com ferocidade. A palavra é violenta, mas nada se compara ao som de ouvi-las saíndo da própria boca. Surpreendi-me muitas vezes com o som da minha voz. Gosto de tentar tratar dos assuntos com clareza, com força não de quem não se importa, mas com força de quem supera. Pois é, surpreendo-me ao ouvir um sussurro trêmulo, de quem desaba com um sopro. Eu sei e você sabe: a decisão de falar é a certeza do pensamento, mas quando as palavras rompem o silêncio, toda aquela certeza dos fatos torna-se real. Já era real para o mundo, só não para você, só não para mim ou para quem quer que seja o dono da voz.
E não tem volta.
Mas a palavra... a palavra é um golpe, são facas enfiadas nas entranhas e torcidas com ferocidade. A palavra é violenta, mas nada se compara ao som de ouvi-las saíndo da própria boca. Surpreendi-me muitas vezes com o som da minha voz. Gosto de tentar tratar dos assuntos com clareza, com força não de quem não se importa, mas com força de quem supera. Pois é, surpreendo-me ao ouvir um sussurro trêmulo, de quem desaba com um sopro. Eu sei e você sabe: a decisão de falar é a certeza do pensamento, mas quando as palavras rompem o silêncio, toda aquela certeza dos fatos torna-se real. Já era real para o mundo, só não para você, só não para mim ou para quem quer que seja o dono da voz.
E não tem volta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário