terça-feira, 7 de setembro de 2010

Da Personagem

Caminho manso, carrego os pensamentos não só na cabeça, eles latejam no corpo todo. Deixo que eles afundem na tinta. Traço as letras.
Você, leitor, não sabe quem eu sou. Não que eu me importe com isso, mas é interessante. Escrevo em primeira pessoa, mas sou realmente a Criadora do Minueto? Não. Você sabe disso. Sou qualquer coisa entre o que ela cria e o que você imagina.
Sou como uma das máscaras que ela tanto se apega, deu-me a vida de personagem para poder se expressar de um jeito diferente. Talvez assim os textos fiquem mais elegantes, afinal, qual é a graça de ideias atiradas da cabeça  direto para a folha de papel?
Observo os textos e fico pensando se os autores se vestem de personagem só para ver o mundo com outros olhos, só para sentir na pele outra pele. Talvez eles queiram ser diferentes sem mudar a essência, então pulam de uma personagem para outra, ansiosos para criar mais, sentir mais, viver mais.
Engraçado, tudo isso só na mente e no papel. Agora eu entendo: eu sou a mente e o papel.

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